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O Bom Ladrão, de Fernando Sabino é uma obra contemporânea. Trata-se de uma revisitação dos personagens Bentinho e Capitu, do livro Dom Casmurro, sendo respectivamente identificáveis nos personagens Dimas e Isabel. Esta é segura de si, e furtadora exímia de objetos; já aquele amedrontado pela forte figura da mulher perde-se em um labirinto de devaneios para esclarecer a desconfianças que tem da esposa. Incluso é o adultério presumido do narrador.
Este acaba até tentando furtar objetos para provar a si mesmo certa superioridade, contudo nada consegue provar a si mesmo, à amada, nem mesmo aos leitores.
A insegurança de Dimas aumenta quando Isabel fica a encontrar-se demasia com seu primo, a suspeita aumenta quando descobrimos o furto do livro O primo Basílio, eis aí nova similaridade literária, brincadeira que Fernado Sabino utiliza de modo constante.
Temos uma metalinguagem acontecendo durante todo o conto; em verdade é uma apologia acerca das grandes referências literárias.
Dimas acaba por ser preso e afasta-se gradativamente da esposa, vindo a envelhecer só, tal como o memorialista advogado Bento na obra de Dom Casmurro.
Em seu prefácio, escrito por Carlos Faraco, já temos uma sinopse do livro. Comenta a relação de intertextualidade que há entre essa obra de Sabino e a de Machado de Assis, além de relacionar outras obras de renome, como O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, e a Causa Secreta, conto machadiano.
* Vale a pena ler este livro fascinante. É o meu preferido!
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